A região do Vale pulsa
- Colaboração Jonatan Pacheco
- 29 de jul. de 2016
- 3 min de leitura
Há quem pense que o Rap só acontece nas capitais e grandes cidades, e ainda hoje há quem fale que no Rio Grande do Sul não existe cena. Provando o contrário, o Rap Gaúcho vem ganhando cada vez mais força, e muito disso se deve ao grande número de grupos, emcees e deejays que vem surgindo nas cidades de interior, e que vem somar à um caminho que já vem sendo trilhado há alguns anos por outros agentes culturais. Uma das cenas que vem se destacando nesse panorama é a de Santa Cruz do Sul. Trocamos uma ideia com o emcee Jonatan Pach, que participa ativamente do movimento por lá, para descobrir um pouco mais sobre essa cena.
Nos últimos anos a cena Rap santa-cruzense vem crescendo e mostrando as caras. Segundo os próprios emcees, The Masterpiece Cypher pode ser reconhecido como um marco para a cena, pois representa a união entre diferentes gerações. A iniciativa foi de Diego’C e do beatmaker Mestre Gu, responsável pela produção do material.
Jonatan Pach tem 19 anos e começou sua carreira em 2015. Hoje já tem 5 sons lançados, e é um dos ativistas da cena por lá. Recentemente lançou o videoclipe acústivo da música “Dos que Creem” , com participação e produção de ZEH. Confira:
Com aproximadamente 10 anos de carreira, Diego’C já é conhecido na cena, e se diferencia por suas rimas “agressivas” com bastante influência da Golden Era. O rapper já tem na bagagem um EP “Minha terra, meu chão” e a mixtape “A Arte da Rima”. Em agosto de 2015 lançou seu primeiro videoclipe do single “Medo”, que fará parte de seu próximo álbum. A música tem produção de Mestre Gu, mixagem e masterização de Luiz Café e a produção do vídeo ficou por conta da Pé de Coelho Filmes. O single tem participação da cantora Marta Pereira. Confira:
Fazendo parte da cena de santa-cruzense desde os anos 90, Keike 51 faz rimas com influências históricas, e vem mostrando que a regra é quebrar regras. Leva no nome artístico 51, pois integra um grupo bem conhecido na região: o Banca 51. Numa pegada estilo Planet Hemp, os caras foram considerados a revelação do ano passado na cidade e lançaram seu último clipe mostrando a que vieram.
Alexandre Garga começou sua carreira no Rap em 2014, e anteriormente fazia parte de grupos de Rock. Mandando rimas imprevisíveis, hoje já não reside na cidade, mas faz questão de continuar fazendo parte da cena local. Nesse ano o rapper lançou seu primeiro EP, intitulado “Contexto”, que reúne 5 faixas. Uma delas é a “Descaso” que rendeu um webclipe gravado na Obra Prima Records (Home studio de Mestre Gu), e tem produção produção de Um Dois Beats.
Pra fechar a Cypher vem Negro GuediZ que, assim como Keike participa da cena da cidade desde os anos 90. GuediZ, atualmente, mostra suas rimas na banda de reggae “Sul Rebel”, mas sem deixar a carreira solo de lado. Seu último lançamento foi nesse ano, a música “Puressência”, produzida por Pablo Blitz e masterizada por Luiz Café.
Além dos participantes da Cypher, a região dos Vales conta com outros artistas com bastante estrada no Rap, como Mc dos Vales, Big Dan, Speed, o grupo formado só por gurias PredoMinas, entre outros. Uma galera que deixa claro que a região só tende a crescer no movimento Hip Hop.
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